O governo de Dilma Rousseff é contra a redução de idade penal e também
discorda da proposta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
de endurecer penas contra jovens infratores.
Ontem (11), Alckmin anunciou que encaminhará em 15 dias ao Congresso Nacional um projeto de lei
que propõe tornar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) mais
rígido em relação a adolescentes envolvidos em casos de violência
considerados graves e reincidentes.
O debate foi motivado pelo assassinato do estudante Victor Hugo Deppman, 19,
morto por um adolescente de 17 anos, em um assalto na porta de casa, no
Belém, zona leste, na última terça-feira (9). O assaltante completa 18
anos hoje e foi encaminhado para a Fundação Casa.
"A gente é completamente contra. Não quero falar em uso político, não
estou me referindo à declaração do governador. Estou me referindo ao
tema da [redução da] maioridade penal, que temos uma posição
historicamente contrária", disse o ministro Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral da Presidência), durante evento num canteiro de obras
em Taguatinga (DF).
Carvalho afirmou que "evidentemente" torce para que a discussão sobre o
tema não avance no Congresso. "Espero que não prospere", afirmou.
Disse ainda que, ao invés de investir em repressão, o governo federal
aposta no ataque às causas da criminalidade envolvendo jovens.
"Queremos dar ao jovem alternativas de trabalho, cultura, lazer,
formação profissional; uma possibilidade que não seja o crime. Nossa
ênfase é isso. Reduzir a menoridade penal é uma lógica que não tem fim",
disse.
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