domingo, 21 de abril de 2013

HOJE É DIA DE TIRADENTES. VEJA COMO FOI SUA PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO PELA REPÚBLICA


A imagem de um líder revolucionário, mártir da independência do Brasil, uma espécie de Cristo cívico, atribuída a Joaquim José da Silva Xavier por uma tradição historiográfica que teve início no final do século 19 não corresponde à realidade histórica. Tiradentes, de acordo com o que se lê em “Brasil: uma história”, do jornalista Eduardo Bueno, foi apenas o “bode expiatório” da Inconfidência mineira.

A revolta, que teve como principal motivo a cobrança de impostos atrasados, envolveu a elite de Vila Rica (atual Ouro Preto – MG), grupo do qual faziam parte intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros. Entre eles, o alferes Joaquim José era figura secundária e certamente não teve papel de destaque, exceto a partir do momento em que a revolta foi descoberta e os envolvidos presos.

Conforme revela a obra de Bueno: “A decência com a qual se comportou durante o longo e tortuoso processo judicial e, acima de tudo,a altivez com que enfrentou a morte, tornaram-no, no ato, não apenas a maior figura do movimento, mas também um dos grandes heróis da história do Brasil”.

“Enquanto a maioria dos conjurados chorava, balbuciava e se maldizia, trocando acusações e blasfêmias diante dos jurados” – prossegue Bueno –, “Tiradentes manteve a dignidade, o senso de camaradagem e uma tranquilidade despojada que, da mera leitura dos atos, sua presença refulge imponente e quase majestosa”.


  O jornalista lembra  que apresentar como líder um personagem simples como Tiradentes era uma forma de desmoralizar o movimento.“Brasil: uma história” prossegue mostrando como “os caminhos da. história escolheram outras vias e, um século depois, Tiradentes seria transformado no grande símbolo da república - independentemente do papel que tivesse desempenhado na Conjuração”.
 
Segundo Bueno, a partir de 1873, a historiografia e a literatura começam a transformar Tiradentes numa espécie de “Cristo cívico”, o que ganhou impulso com a proclamação da República, que, levando em conta os ideais republicanos que circulavam em Vila Rica no século 18, fizeram do personagem o “símbolo do novo regime”

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