Cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foram
expulsos da concentração para o protesto contra o preço e a qualidade do
transporte público marcado para a noite desta quinta-feira (20) no
centro do Rio de Janeiro. Os militantes foram encurralados na esquina da
avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e
empurrões. A passeata reuniu pelo menos 100 mil pessoas.
Os manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo
vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela
multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela
rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos
manifestantes.
A CUT- Rio repudiou as agressões sofridas por seus membros na
concentração da manifestação. "Não vamos aceitar o fascismo. Sem partido
é fascismo. Quem agrediu nosso pessoal é uma milícia travestida de ato
político", disse Jadir Batista de Araújo, coordenador do setor naval da
CUT. A rua é de todos." Segundo ele, os agredidos são do setor
petroleiro.
Na parte da frente do protesto, um grupo de manifestantes de diversos
partidos políticos se concentram e permanecem juntos. A todo momento, a
multidão grita as palavras "Sem partido". Um grupo de policiais
militares descaracterizados também se juntou à multidão, carregando uma
faixa com os dizeres "PMERJ no local" e sendo aplaudidos pelos
manifestantes.
Segundo o universitário Kenzo Soares, aluno da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro), e um dos membros do Fórum de Luta contra o
Aumento das Passagens, a passeata terá o mesmo trajeto em relação aos
atos anteriores: da Candelária à Cinelândia.
Revogação do aumento no Rio e SP
Os anúncios de revogação do aumento nas duas capitais foi feito no
início da noite de quarta-feira (19), a menos de 24h das manifestações
marcadas para hoje. No Rio, a medida foi apresentada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB),
segundo o qual o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado.
Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de
R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade.
O prefeito anunciou ainda que os aumentos no metrô (de R$ 3,20 para R$
3,50), trens (de R$ 2,90 para R$ 3,10) e barcas (R$ 4,50 para R$ 4,80)
também serão revogados. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$
200 milhões ao ano.
Em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o
prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram que o valor dos ônibus, metrô e trem voltará a R$ 3
a partir da próxima segunda-feira (24), ante os R$ 3,20 que atualmente
são cobrados. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM
(Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65
--hoje o valor é R$ 5.
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