Origem remonta há mais de mil anos, na Índia
No mundo todo, eles são vítimas de preconceito, sendo perseguidos em vários momentos da história. Portadores de uma história que ninguém sabe ao certo onde começou,
detentores de linguagem própria, os ciganos têm a sua cultura perpetuada
pela oralidade e possuem códigos éticos próprios. São escassos os
documentos que servem como pistas para descobrir um pouco mais sobre
esses povos nômades, cuja origem remonta há mais de mil anos, na Índia, e
mais de 800, na Europa.
Discriminação histórica
Na Idade Média, eram queimados em fogueiras e foram alvo de projeto da "limpeza" étnica encabeçado por Adolf Hitler, no século XX. A perseguição continua no século XXI, quando esses povos engrossam a lista dos indesejados imigrantes na Europa, onde alguns países - França e Itália são os principais -, fazem uma verdadeira cruzada contra eles. Com a desculpa de estarem ilegais, são "convidados" a voltar para os seus países, sendo a maior parte da Bulgária e Romênia, nações que hoje concentram a maioria dos ciganos no velho mundo.
"Eles são a minoria das minorias", define Rodrigo Corrêa Teixeira, professor do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade de Minas Gerais (PUC-MG).
Para o pesquisador, a origem do desprezo - materializado pela situação à qual estão expostas essas pessoas, que fazem parte dos bolsões de miséria, sobretudo no Nordeste brasileiro - tem um nome: o preconceito, que gera a discriminação, responsável pela violência que sentem na pele no seu dia a dia. A violência policial, por exemplo, é um dos tipos de discriminação sofrida pelos ciganos, que têm seus barracos invadidos a qualquer momento. Contraditoriamente, esse povo estigmatizado, por onde passa, deixa a sua marca, na forma de morar, vestir, trabalhar ou de se divertir, com danças e músicas contagiantes.
Faltam dados
A exclusão histórica desses povos na nossa sociedade tem consequências que, aos poucos, o governo busca minimizar. Uma delas é a dificuldade de identificar quantos são e onde vivem. Somente em 2009, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pesquisa mencionando o termo
Na Idade Média, eram queimados em fogueiras e foram alvo de projeto da "limpeza" étnica encabeçado por Adolf Hitler, no século XX. A perseguição continua no século XXI, quando esses povos engrossam a lista dos indesejados imigrantes na Europa, onde alguns países - França e Itália são os principais -, fazem uma verdadeira cruzada contra eles. Com a desculpa de estarem ilegais, são "convidados" a voltar para os seus países, sendo a maior parte da Bulgária e Romênia, nações que hoje concentram a maioria dos ciganos no velho mundo.
"Eles são a minoria das minorias", define Rodrigo Corrêa Teixeira, professor do Departamento de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade de Minas Gerais (PUC-MG).
Para o pesquisador, a origem do desprezo - materializado pela situação à qual estão expostas essas pessoas, que fazem parte dos bolsões de miséria, sobretudo no Nordeste brasileiro - tem um nome: o preconceito, que gera a discriminação, responsável pela violência que sentem na pele no seu dia a dia. A violência policial, por exemplo, é um dos tipos de discriminação sofrida pelos ciganos, que têm seus barracos invadidos a qualquer momento. Contraditoriamente, esse povo estigmatizado, por onde passa, deixa a sua marca, na forma de morar, vestir, trabalhar ou de se divertir, com danças e músicas contagiantes.
Faltam dados
A exclusão histórica desses povos na nossa sociedade tem consequências que, aos poucos, o governo busca minimizar. Uma delas é a dificuldade de identificar quantos são e onde vivem. Somente em 2009, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pesquisa mencionando o termo
Os Rom brasileiros pertencem principalmente aos subgrupos Kalderash, Machwaia e Rudari, originários da Romênia; aos Horahané, oriundos da Turquia e da Grécia, e aos Lovara. A eles se juntam os Calons, com grande expressão no Brasil e em todo o território nacional, oriundos da Espanha e Portugal. Os Sinti vieram após a 1ª e 2ª Guerras Mundiais, vindos da Alemanha e da França.
O governo federal reconhece que, no Brasil, os dados oficiais sobre os povos ciganos ainda são muito incipientes. De acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), do IBGE, em 2011 foram identificados 291 acampamentos, em 21 Estados, estando as maiores concentrações de acampamentos na Bahia (53), Minas Gerais (58) e Goiás (38). Em relação à população cigana total, a estimativa é de mais de meio milhão.
Registros vivos
Na falta de documentos, os próprios ciganos são registros vivos dessa história pontuada por perseguições, degredos e mortes. O que se sabe é por meio de escritos de estudiosos ou cartas. No Brasil, existem poucas obras sobre ciganos, sendo um dos documentos mais antigos, o de 1574, que trata da chegada de João Torres como degredado, com sua família. "Não há um diagnóstico ou informação sobre os ciganos no País", reclama o professor Rodrigo Corrêa.
Para falar dos ciganos no Brasil de hoje é preciso fazer uma contextualização histórica. Eles começaram a chegar na época do descobrimento, alguns cumprindo pena de degredo. Foram expulsos da Europa dentro de uma política de "limpeza". "Portugal executou uma política de sanitarização, banindo bruxas, ciganos e outros grupos", acrescenta Fábio Dantas de Melo. No Brasil, alguns grupos se envolveram com o mercado de escravos, ao praticar e intermediar esse comércio. Outro ofício exercido era o de tratar animais.
IRACEMA SALESREPÓRTER DIÁRIO DO NORDESTE
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