Existe uma frase muito lembrada em tempos de guerra que diz que, para salvar uma cidade, é preciso destruir esta cidade.
Foi isto o que aconteceu na cidade síria de
Qusair. Antes de mergulhar nas batalhas que devastam o país há 18 meses,
Qusair era uma cidade próspera na fronteira, com 30 mil habitantes e
cercada de bosques de oliveiras e damascos.
Agora, de acordo com as autoridades, apenas 500 pessoas ainda vivem na cidade, que está quase toda em ruínas. Há trânsito nas ruas, mas é quase todo de soldados andando em tanques ou caminhões, motos ou bicicletas.
A maioria dos veículos leva pilhas de colchões,
TVs, refrigeradores e móveis, enquanto os militares vão percorrendo os
prédios pegando tudo aquilo que conseguem carregar.
Abu Samar, o chefe de uma família, examina os
objetos deixados pelos rebeldes e encontra uma mira de rifle, um coldre
de pistola, as anotações de alguém durante uma aula de ensinamentos
islâmicos, um console de video game. Camisetas com símbolos das Brigadas
Farouk do Exército Livre da Síria estão jogadas em uma cadeira.
Mais preocupante até do que a devastação física da cidade de Qusair é a destruição da estrutura social. Do outro lado de Qusair, perto de um hospital
destruído e que já tinha sido usado pelos dois lados como uma espécie de
base, perguntamos a um grupo de soldados sobre o preço que a cidade
está pagando.
"É doloroso ver estas ruínas. Custou muito para
construir este hospital, os impostos (pagos) pela minha família e outras
famílias", disse um dos jovens, que está prestando o serviço militar,
mas usa roupas civis.
"As pessoas vão voltar. Elas vão voltar para uma
cidade que será ainda melhor e suas vidas serão melhores do que antes",
disse outro jovem soldado.
Os dois culpam os rebeldes pela destruição de Qusair.
FONTE:BBC BRASIL
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