Brasília (ABr) – O Banco Central (BC) voltou a atuar no mercado de
câmbio ontem. A autoridade monetária fez uma operação de swap cambial
tradicional, equivalente a um leilão para venda de dólares no mercado
futuro. O objetivo é conter a alta do dólar. Mas a moeda voltou a subir. Se o dólar sobe, os preços de produtos importados mais elevados são repassados ao consumidor
No leilão de ontem, o BC vendeu US$ 1,37 bilhão no mercado futuro. O banco ofereceu 40 mil contratos, mas foram negociados 27,5 mil, com vencimento em 1º de julho deste ano. O BC também fez essa operação na última sexta-feira (31) e vendeu US$ 876,7 milhões no mercado futuro. A instituição não vendia dólares no mercado futuro desde 27 de março deste ano.
O dólar vem subindo devido a indicações de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) reduzirá os estímulos monetários que têm impulsionado a economia norte-americana nos últimos anos. Com a diminuição do volume de dólares em circulação, a moeda torna-se mais cara, o que afeta as cotações em todo o mundo.
Na terça-feira, o Ministério da Fazenda anunciou que a decisão de zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A medida foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial da União.
A mudança estimula a entrada de recursos externos e, por consequência, ajuda a conter a alta do dólar. Um dólar mais estável é importante como uma das ferramentas para ajudar o governo a combater a inflação com o auxílio de produtos importados. Se o dólar está mais alto, os preços de produtos importados mais elevados são repassados aos consumidores no mercado interno.
Entretanto, ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que isenção do IOF tenha como objetivo segurar o dólar para conter a inflação. Segundo Mantega, a medida apenas visa a adaptar o mercado de câmbio à nova realidade de menor liquidez internacional.
Mantega disse que o governo ainda estava avaliando se a redução a zero do IOF produziria efeito no preço do dólar. Ainda ontem a moeda voltou a subir. Com a alta, o BC decidiu atuar no mercado de câmbio.
Cotação da moeda chega a R$ 2,13, após oscilações
A eliminação da taxação de aplicações estrangeiras em renda fixa e a intervenção no Banco Central não impediram, porém, o dólar de fechar em alta. A moeda norte-americana encerrou a quarta-feira em R$ 2,1311, com alta de 0,10% em relação a terça-feira (4), em um dia de muita volatilidade no câmbio.
A cotação iniciou o dia em queda, depois da decisão do governo de zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado dos estrangeiros que aplicam em investimentos de renda fixa no Brasil. A moeda norte-americana chegou a ser vendida a R$ 2,0946 por volta das 9h30.
Nas horas seguintes, porém, o dólar voltou a subir. A cotação atingiu R$ 2,1457 por volta das 11h45, o que levou o Banco Central a intervir no câmbio pela segunda vez nos últimos cinco dias. A autoridade monetária vendeu US$ 1,37 bilhão no mercado futuro, o que desacelerou a alta durante a tarde.
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