segunda-feira, 11 de março de 2013

CUIDADOS AO RENEGOCIAR DÍVIDAS

 
Imprevistos podem levar consumidores que renegociam dívidas com as instituições financeiras a voltar para as estatísticas de inadimplência. Para o coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, o alto índice de inadimplência pode ser explicado porque, na hora de renegociar, o consumidor e a instituição financeira não fazem uma análise adequada da capacidade de pagamento.

"O consumidor, querendo se livrar do problema, em boa-fé, pode comprometer volume de recursos acima do que seria prudente", diz. Ele acrescenta que quando for assumir um novo financiamento ou renegociar dívida, o consumidor deve analisar quais são as despesas já existentes no orçamento dele e deixar eventuais sobras do salário para imprevistos. Em janeiro deste ano, a taxa de inadimplência do crédito renegociado chegou a 22,4%, bem maior que o total para pessoas físicas (7,9%).

Esse percentual só é menor que o do rotativo do cartão de crédito (financiamento de parte do valor total da fatura e também de saques na função crédito) que ficou em 36,6%, em janeiro deste ano. Os dados mostram a situação de pessoas que renegociaram a dívida porque já estavam inadimplentes e daquelas que quiseram mudar o contrato. O Banco Central somente considera inadimplência atrasos nos pagamentos acima de 90 dias.
Taxas de juros
Dados do BC mostram que a taxa de juros do crédito renegociado é mais alta que a taxa total para pessoas físicas (crédito com recursos livres). Enquanto a do crédito renegociado chegou a 39,3% ao ano, em janeiro, a média para pessoas físicas ficou em 34,5% ao ano.

Teixeira explica que a taxa é maior porque o cliente já tem histórico de inadimplência. Portanto, o risco para o banco é maior. "Fica embutida uma taxa de risco", diz.

Segundo o BC, os recursos para o crédito renegociado somaram R$ 2,522 bilhões em janeiro, uma queda de 3,9% em relação a dezembro. De acordo com ele, é comum diminuírem as concessões de todas as modalidades de crédito nos dois primeiros meses de cada ano.

Ele conta que isso pode ser explicado pelo menor número de dias úteis, já que há feriados, e também porque muitas renegociações entre clientes e bancos são feitas no fim do ano anterior, com o 13º salário.

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