domingo, 10 de março de 2013

BANCOS POPULARES IMPULSIONAM ECONOMIA NO CE



Palmas é referência como pioneiro
O Banco Palmas irá comemorar o Dia Internacional da Economia Solidária no dia 12. Iniciativa começou no Conjunto Palmeiras, em Fortaleza CE.
 Uma experiência comunitária que começou tímida e com dificuldades, há 15 anos, no Conjunto Palmeiras, na periferia de Fortaleza, espalhou-se pelo Brasil, obteve êxito e hoje é modelo nacional de economia solidária. A criação do Banco Palmas mudou a vida dos moradores, fortaleceu as finanças das famílias, o comércio local e contribuiu para a melhoria da autoestima das famílias do bairro.

A instituição prepara-se para comemorar uma década e meia de fundação e sediará, de 12 a 15 de março, o 3º Encontro Nacional da Rede Brasileira de Bancos Comunitários.

Uma das principais lições que ensina o Banco Palmas é que o melhor caminho para superar a pobreza é o trabalho comunitário, solidário. Conceder crédito individual, sem assistência técnica e financeira, é um curto passo para o fracasso.

O Banco Palmas foi fundado em 20 de janeiro de 1998. De lá para cá, muitas coisas mudaram. "O que antes era uma utopia virou uma prática, uma referência nacional. Começamos com cinco clientes e dois mil reais em caixa, e hoje temos 14 mil clientes, 13 milhões de reais emprestados e uma rede de 103 bancos comunitários no Brasil", observa o coordenador geral do Banco Palmas, João Joaquim de Melo Neto.

Por meio do Instituto Palmas, a experiência de Fortaleza transformou praticamente em uma política nacional. "Hoje somos uma rede presente em 19 Estados", frisou Melo Neto.

Os números atuais impressionam. São 3.500 postos de trabalho gerados no bairro. Cerca de cinco mil pessoas beneficiadas por treinamento e quatro mil oportunidades no mercado de trabalho. De 15 mil assistidos, quase nove mil são mulheres beneficiadas com o Bolsa Família.

Os empreendedores locais recebem empréstimos com taxas de juros menores que os do sistema financeiro oficial, não há burocracia e foi criada uma moeda social própria, a Palma, que promove a circulação da riqueza no bairro. Uma Palma equivale a um Real. O lastro é obrigatório.

São 46 mil Palmas circulantes. Há cerca de 240 empreendimentos no Conjunto Palmeiras e as empresas oferecem desconto médio de 5% aos que utilizam essa moeda. No período de funcionamento da instituição, foram criadas seis empresas independentes. Na comunidade, cerca de 350 comércios foram financiados e apoiados mais de 200 outros serviços, como cabeleireiro e manicure.

Para comemorar os 15 anos de fundação, a entidade lançará um livro sobre a sua experiência. A obra tem a contribuição de sete pensadores brasileiros e a contra-capa escrita pelo pensador francês, Edgar Morin.

Fonte: Diário do Nordeste


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