Uma
jovem de 15 anos vítima de estupro foi condenada a receber 100
chibatadas por manter relações sexuais sem ser casada, de acordo com
autoridades das Maldivas.
As acusações contra a garota foram feitas no ano
passado depois que a polícia investigou denúncias de que o padrasto a
teria estuprado e matado o filho dos dois. Ele ainda será julgado.
A Anistia Internacional disse que a sentença é "cruel, degradante e desumana".
O governo das Maldivas disse que não concorda com a punição e que tentará mudar a lei.
A porta-voz do tribunal de menores, Zaima Nasheed, disse que a jovem também deverá permanecer em um reformatório por oito meses.
Ela defendeu a condenação, dizendo que a menina cometeu voluntariamente um ato ilegal.
Autoridades locais afirmam que ela será punida quando completar 18 anos, a não ser que peça o adiantamento da punição.
O caso nos tribunais teve início depois que a
polícia foi chamada para investigar o corpo de um bebê morto, que foi
encontrado enterrado na ilha de Feydhoo no Atol de Shaviyani, norte do
país.
O padrasto da garota foi acusado de estuprá-la,
engravidá-la e de matar o bebê. A mãe também é acusada de não denunciar o
abuso às autoridades.
O sistema judiciário das Maldivas, um
arquipélago islâmico com uma população de cerca de 400 mil pessoas, tem
elementos da sharia (lei islâmica) e do direito britânico.
O pesquisador da Anistia Internacional Ahmed
Faiz disse que o açoite é "cruel, degradante e desumano" e pediu que as
autoridades abandonem a prática."Estamos muito surpresos que o governo não
esteja fazendo nada para anular esse tipo de punição - removê-lo
totalmente da legislação."
"Esse não é o único caso. Está acontecendo
frequentemente - no mês passado houve outra garota que foi violentada e
condenada a chibatadas", afirmou.
Faiz disse ainda que não sabe quando a sentença
do caso anterior foi executada, já que as pessoas não querem discutir
abertamente a situação.
FONTE:BBC BRASIL