sexta-feira, 31 de maio de 2013

POEMA DA SEXTA FEIRA

 
É à sexta-feira
que a malta se arrebita
À sexta-feira
que o palco é montado
Para o mundo ser visto aos olhos do universo.

É à sexta-feira
que as velhotas se agrupam
não para irem à missa,
ou cuscar à janela da vizinha,
vão antes, sim, aos palcos da vida
festejar com doces
e abafados à mistura
ao ponto de não cantar
mas contar fados mil.

É à sexta-feira
que a malta se arrebita
À sexta-feira
os actores entram em cena.

É à sexta-feira
que as mulheres vão para o engate
É à sexta-feira
que os homens se enfrascam
É à sexta-feira
que o libido anda solto
no meio da rapaziada em euforia desparafusada.

É à sexta-feira
que o encontro a dois se concretiza
À sexta-feira
que o ritmo acelera
o cupido anda à solta
e o diabo no corpo fica.

É à sexta-feira
que a malta se arrebita
À sexta-feira
que o ponto de encontro
é na bebida.

É à sexta-feira
que os grupos se apresentam
no bar da grande farra
de esplanada colorida.

É à sexta-feira
que discutem o programa
tiram dúvidas entre amigos
e umas bejekas são esclarecidas.

É à sexta-feira
que a trupe se aninha
entre convivo, jogos de sorte
e marisco amarelo salgadinho.

É à sexta-feira
que a malta se arrebita
À sexta-feira
que a sorte é pescada.

É à sexta-feira
os números andam na roda
e mais um excêntrico é conhecido
por meio de milhões a apostar
num vazio futuro.

É à sexta-feira
por entre fados aquecidos
casos espontâneos inconscientes
informações esclarecidas
e sortes perdidas,
que a malta se arrebita
junto ao sítio do costume
sempre mas sempre
À sexta-feira.

Pedro Batista

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