quarta-feira, 15 de maio de 2013

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA PODERÁ AFETAR PRODUÇÃO DE ENERGIA DE BELO MONTE

 
O desmatamento na região amazônica pode reduzir significativamente a quantidade de energia gerada por usinas hidrelétricas na área, segundo um estudo feito por pesquisadores brasileiros e americanos.
Os cientistas dizem que a floresta tem um papel fundamental na formação dos rios que irão fazer girar as turbinas.
Se as árvores continuarem a ser derrubadas, a energia produzida por uma das maiores usinas do mundo - a hidroelétrica de Belo Monte, prevista para iniciar suas operações em 2019 - pode ser reduzida em um terço.

O estudo é destaque na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
 Um dos autores do trabalho, o professor Marcos Costa, da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, disse que não se trata de vincular florestas à formação de chuva - uma associação que já foi objeto de vários estudos."A novidade nesse trabalho foi constatarmos que o desmatamento na Floresta Amazônica como um todo, mesmo fora da bacia do Xingu (onde Belo Monte está sendo construída), pode afetar a geração de energia em Belo Monte".
"E nós quantificamos essa relação", ele acrescentou.

Os pesquisadores concluíram que as florestas tropicais são mais importantes do que se pensava, porque geram a chuva que enche as correntes que, por sua vez, alimentam os rios e as turbinas.
"Florestas geram sua própria chuva", disse  Claudia Stickler, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, IPAM, integrante da equipe."Elas sugam água do solo diariamente e mantêm-se verdes e escuras. A principal razão é que estão sempre injetando umidade na atmosfera, o que no final se transforma em chuva e isso é o que alimenta também esses córregos", explicou.

Os cientistas descobriram que, devido ao índice atual de desmatamento na área, índices pluviométricos são de 6 a 7% mais baixos do que seriam se a região estivesse completamente coberta pela mata. Previsões para 2050 indicam uma possível perda de 40% da floresta, o que significaria menos chuva e entre 35 e 40% menos energia elétrica.

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