A servidora da Receita Federal Cristina Maris Meinick 
Ribeiro foi condenada a 4 anos e 11 meses de prisão pela 3ª Vara 
Criminal Federal do Rio de Janeiro por ter, entre outros crimes, 
extraviado um processo no qual a TV Globo é cobrada em mais de R$ 600 
milhões por suposta sonegação fiscal na compra dos direitos de 
retransmissão da Copa do Mundo de 2002.
A Globo Comunicação e Participações, empresa que controla a TV Globo,               emitiu um comunicado na noite desta terça-feira (09)
 negando qualquer participação no extravio do documento.
Segundo a sentença do juiz federal Fabrício Antônio 
Soares, Cristina teria entrado no escritório da Receita onde trabalhava,
 no Rio de Janeiro, e subtraído o processo contra a Globo. Imagens do 
sistema de segurança interno anexados ao processo mostram que no dia 2 
de janeiro de 2007, quando estava em férias, ela entrou com uma bolsa a 
tiracolo e saiu com uma sacola cheia.              
Além de sumir com o processo contra a Globo, Cristina foi condenada por inserir dados falsos no sistema da Receita em benefício de pelo menos três empresas. Em apenas um destes casos o prejuízo aos cofres públicos seria de R$ 4,2 milhões.
Além de sumir com o processo contra a Globo, Cristina foi condenada por inserir dados falsos no sistema da Receita em benefício de pelo menos três empresas. Em apenas um destes casos o prejuízo aos cofres públicos seria de R$ 4,2 milhões.
Cristina aguarda julgamento de recurso em liberdade. Ela 
chegou a ter a prisão preventiva decretada em 2007 mais foi beneficiada 
com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal cujo relator foi o 
ministro Gilmar Mendes.
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Ministério Público
 do Rio de Janeiro diz que o processo contra a Globo foi reconstruído e 
segue seu trâmite normal.
A investigação, segundo o MPF, começou em 2005 em uma 
reunião de cooperação com autoridades estrangeiras que apontaram 
suspeitas sobre diversas empresas. Entre elas a Globopar, controladora 
da TV Globo.
O caso foi remetido para a Receita Federal que instaurou 
uma investigação e descobriu que Globo par teria investiu R$ 1,2 bilhão 
em uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no 
Caribe. Como os investimentos são isentos de tributação, a Globo teria 
escapado de pagar R$ 185 milhões em impostos pela compra dos direitos de
 transmissão da Copa da 2002.
Além do processo administrativo por sonegação, Cristina 
Meinick teria sumido também com Representação Fiscal para Fins Penais 
anexada ao processo da Globo.
Além dos R$ 185 milhões em impostos, a Receita cobra da Globo R$ 274 milhões de juros e R$ 157 milhões de multa.
Tanto a existência do processo contra a Globo por 
sonegação quanto o sumiço dos documentos e a condenação da servidora da 
receita foram revelados por blogs independentes como Cafezinho, O 
Escrevinhador e Vi o Mundo ao longo da semana.              
            
A empresa emitiu uma nota na qual afirma que “não existe 
nenhuma pendência tributária da empresa com a Receita Federal referente à
 aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de Futebol de 
2002”.
Segundo a nota, “os impostos devidos foram integralmente 
pagos e todos os procedimentos deram-se de acordo com as legislações 
aplicáveis. A empresa discute a cobrança de tributos nas instâncias 
responsáveis, como é direito de todos os contribuintes, sempre seguindo 
os procedimentos previstos em lei. Nenhuma das cobranças discutidas 
atualmente refere-se à aquisição de direitos de Copas do Mundo”.
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