A pesquisa oncológica do Ceará tem mais um motivo para se orgulhar.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do 
Ceará (UFC) identificaram alterações genéticas que podem levar ao câncer de medula óssea, caso não sejam diagnosticadas precocemente. As mutações foram relacionadas à exposição de agrotóxicos.
De acordo com nota oficial da universidade, “o trabalho foi feito com 50 agricultores
 do município de Limoeiro do Norte, a 167 km de Fortaleza, expostos a 
grandes volumes de agrotóxicos devido ao cultivo da banana, um dos 
principais produtos agrícolas da região.”
Ainda segundo o comunicado,  ”ao investigarem a estrutura de 
cromossomos coletados diretamente na medula dos trabalhadores, os 
pesquisadores verificaram a existência de mutações genéticas graves em 
25% dos casos, percentual considerado alarmante”. O método é inédito.
Cinco cromossomos alterados após exposição a agrotóxicos
Os cientistas cearenses identificaram alterações nos cromossomos 5, 4, 7 e 11, num quadro semelhante ao de pacientes com leucemia.
Dos 50 agricultores examinados, sete também apresentaram mutação no 
gene TP53. Os resultados foram obtidos a partir do mestrado de Luiz 
Ivando Pires, sob a orientação do pesquisador Ronald Pinheiro, do 
Laboratório de Citogenômica do Câncer.
Conforme Pinheiro, outros estudos  já vinham tentando relacionar o 
uso de agrotóxicos e as mutações genéticas capazes de provocar o câncer.
 Ele analisa, no entanto, que as avaliações anteriores eram feitas com 
base em cromossomos retirados do sangue de outras partes do corpo, que 
não a medula, e por isso os resultados não eram satisfatórios.
Segundo Pinheiro alerta ”essas alterações aparecem antes de o câncer se manifestar.
 Se a gente retira as pessoas dessa exposição ao agrotóxico, pode evitar
 que ela desenvolva a doença. Se ela continuar, ficar doente é questão 
de tempo”. Para o cientista, o uso de materiais de proteção, como luvas e
 máscaras, pode amenizar os efeitos da exposição de agrotóxicos.
A pesquisa é patrocinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Com Informações: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC
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