O Ministério Público do Acre (MP-AC) pede para os divulgadores da Telexfree
não entrarem com ações individuais para tentar reaver o que investiram
na empresa. A orientação, feita por meio de nota nesta segunda-feira
(29), é para que eles aguardem o resultado da ação civil pública (ACP)
movida pelo órgão, que prevê o ressarcimento, na medida do possível, de
todos os que colocaram dinheiro no negócio.
Verbas bloqueadas
O número de ações disparou porque as contas da empresa foram bloqueadas no dia 18 de junho
. O pedido foi feito pelo MP-AC com o argumento de garantir que o dinheiro possa ser devolvido aos divulgadores. Isso foi requerido na ação civil pública, apresentada pelo MP-AC à Justiça no dia 28 de junho
.
Esse processo coletivo, porém, ainda não tem data para
ser julgado – tampouco há garantia de vitória do MP-AC. Além disso, o
texto prevê que os divulgadores só recebam de volta aquilo que
investiram, e a própria promotora Alessandra Marques, uma das
responsáveis pelo caso, acredita que talvez não seja possível devolver tudo a todos
. Por fim, os lucros prometidos só serão pagos se sobrar algo, num eventual segundo rateio.
A vantagem de entrar com uma ação individual é que o
divulgador pode conseguir reaver seu dinheiro mesmo que o MP-AC não
consiga uma vitória na ação coletiva, segundo José Nantala Bádue Freire,
do Peixoto e Cury Advogados. Além disso, nos processos individuais os
divulgadores podem pedir – mas não significa que vão receber – eventuais
lucros prometidos e não pagos.
Sócio dos EUA se pronuncia
Pela primeira vez desde que as contas da empresa foram
bloqueadas, a Telexfree divulgou um pronunciamento de um de seus
fundadores, o empresário Carlos Wanzeler, que vive nos EUA e também teve
as contas no Brasil bloqueadas.
Num vídeo publicado nesta segunda-feira (29) na página
oficial da empresa numa rede social, Wanzeler – que também teve os bens
bloqueados –, diz que a Telexfree tem mais de 1 milhão de associados no
Brasil, e não 600 mil como dissera outro de seus diretores, em março. Em
todo o mundo, são 2 milhões.
Aparentemente emocionado, o empresário defendeu que a
empresa possui uma inspiração divina e disse confiar numa vitória na
Justiça.
"Nós sabemos que essa empresa não é nossa, mas é Deus que
colocou no comando. Eu tenho certeza que você, nós e mais de 1 milhão
de pessoas no Brasil vamos conseguir e tenho certeza e confio na
Justiça."
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