A Irmandade Muçulmana do Egito anunciou nesta quinta-feira (4) que não
participará de nenhuma negociação com as novas autoridades do país e
expressou sua rejeição ao "golpe de Estado contra a vontade do povo".
"Anunciamos nossa rejeição categórica ao golpe de Estado contra o
presidente eleito e a vontade do povo, e rejeitamos a participação em
qualquer negociação com a nova autoridade", disse o grupo em comunicado
divulgado em sua página eletrônica.
Uma coalizão islâmica liderada pela Irmandade Muçulmana convocou os
egípcios para uma marcha em todo o país para protestar contra o golpe
militar que tirou o presidente Mohamed Mursi do poder. O protesto,
chamado informalmente de "Sexta da recusa", ocorrerá na sexta-feira (5).
De acordo com a Coalizão Nacional em Defesa da Legitimidade, os
egípcios deverão "tomar as ruas e se mobilizar de maneira pacífica"
depois das orações de sexta.
O chamado foi feito em uma entrevista coletiva concedida na mesquita,
no Cairo, onde apoiadores de Mursi estão reunidos desde a semana
passada. Tropas cercaram a área, mas não invadiram o local.
Mursi está detido
Mohamed Mursi foi levado na madrugada desta quinta para o prédio do ministério da Defesa.
"Mursi foi separado de sua equipe e conduzido ao ministério da Defesa",
disse Gehad al-Haddad, membro da Irmandade Muçulmana, à agência AFP.
O Exército egípcio confirmou na madrugada que deteve "preventivamente" o
presidente, segundo informou uma fonte militar à agência AFP, mas não
deu mais detalhes sobre o paradeiro dele.
"[Mursi] está detido preventivamente", afirmou o militar, que pediu
anonimato, e sugeriu que Mursi pode enfrentar acusações de opositores.
Mais cedo, Al-Haddad havia informado que "Mursi e toda sua equipe
presidencial" estavam detidos "no clube da Guarda Republicana da
presidência".
O Exército deteve na quarta (3) vários dirigentes da Irmandade Muçulmana, base do regime de Mursi, segundo o jornal "Al-Ahram".
Entre os detidos estão Saad al-Katatni, chefe do Partido da Liberdade e
Justiça (PLJ) --braço político da Irmandade Muçulmana-- e Rached
Bayoum, um dos dignitários religiosos do grupo.
As forças de segurança egípcias receberam ordens para prender 300 membros da Irmandade Muçulmana, revelou o "Al-Ahram".
DO UOL
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