terça-feira, 3 de setembro de 2013

MÉDICOS CUBANOS NÃO SÃO OTÁRIOS

            
E o Brasil é um trampolim. Voltemos aos cubanos. Depois de perambular pelo Haiti e Venezuela, uma missão médica de Cuba chega ao Brasil. Primeiro país poderoso, primeira sociedade de consumo e livre que conhecem. Liberdade de andar, passear, viajar. De comprar, vender, ter. De alimentar-se sem entrar em fila. De ir ao mercado sem precisar rezar para que ainda haja produtos alimentícios. De acessar jornais e revistas independentes e viajar pelo mundo pelas asas do Google. Vocês acham que os 4.000 médicos cubanos que vem para o Brasil são otários tontos, apaixonados pelo Fidel e amantes de seu regime? Pelo contrário, estão rezando para que o programa em andamento não seja abortado pelo Fidel. Durante uma viagem a guia russa explicava: “No comunismo, a falta de comida e roupas era imensa. Minha mãe morava em S.Petersburgo e eu em Moscou. Para visitá-la tinha de pedir autorização. Quando o regime comunista caiu o povo foi às ruas comemorar. Alguns meses depois alguns políticos e militares depostos, tentaram aproveitar os problemas desta troca de regime, para fazer voltar o comunismo. O povo não aceitou e correu com eles. A democracia não era tudo que imaginávamos, mas era melhor que o regime antigo”
O Brasil dos cubanos é trampolim para uma vida melhor e a liberdade. E até para Miami! Estão pouco preocupados se vão receber 10 ou 20% dos famosos dez mil reais. Isso é um nada. Valor de aposta com garantia de prêmio. A vida vai ser assim: casa, luz, água, telefone e internet de graça. Comida garantida pela prefeitura. Amizades fáceis de fazer pela índole do povo de cidade pequena. Moças solteiras (de todas as idades), dispostas a namorar o novo bom partido da cidade. E, os cubanos também latinos, assim que aprenderem o que é viver como donos de seus destinos, usufruindo o país rico, vão voltar por quê? Em um navio, contava a enfermeira de marido médico, ambos cubanos: “Meu marido era pesquisador de Departamento na Universidade de Havana. Profissionais apolíticos, Fidel nunca nos perseguiu, até o momento que pedimos autorização para mudarmo-nos para os EUA. Passamos a ser mal vistos e preteridos. Vivemos com medo durante anos, escondendo o salário que recebíamos. Com a ajuda de parentes e subornos, conseguimos sair. Só pudemos levar o que cabia nas malas. O resto ficou para o governo”. Que acham que farão os médicos cubanos?
Ivar Hartmann

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