Garapa do Engenho Catolé
Um dia a mãe de João Grilo foi
buscar água a tardinha e deixou João Grilo em casa e quando deu por fé
lá vinha um padre pedindo água. Nesta ocasião não tinha, e aconteceu o
seguinte diálogo:
_ Só tem garapa, falou João.
E o padre respondeu:
_ de que é?
_ do Engenho Catolé,
_ pois eu quero.
João levou numa coité.
O padre bebeu e disse que garapa boa e João Grilo disse:
_ quer mais?
E o padre perguntou:
_ e a patroa não briga com você?
_ tem uma canoa.
João trouxe outra coité naquele mesmo momento disse ao padre:
_ beba mais não precisa acanhamento na garapa tinha um rato que estava podre e fedorento.
O padre disse:
_ Tenha mais educação e porque não me disseste? Oh! Natureza de cão; e pegou a dita coité arrebentou-a no chão.
Falou João Grilo:
_ danou-se , misericórdia, São Bento com isto mamãe se dana, me pague mil e quinhentos, essa coité seu vigário é de mamãe mijar dentro.
O padre deu uma pôpa disse para o sacristão este menino é o diabo em figura de cristão, meteu o dedo na guela quase vomita o pulmão.
João Grilo ficou sorrindo pela cilada que fez dizendo:
_ eu vou confessar-me no dia 7 do mês foi esta a primeira vez.
João Grilo tinha costume pra toda parte que ia era alegre e satisfeito no convívio da alegria, João Grilo fazia graça que todo mundo sorria.
Num dia de sexta-feira as 5 horas da tarde João Grilo disse:
_ Hoje a noite eu assombro aquele padre se ele não me perdoa na igreja há novidade.
Pegou uma lagartixa, amarrou pelo gogó, botou-a numa caixinha, no bolso do paletó, foi confessar-se João Grilo com a paciência de Jó.
As 7 horas da noite foi ao confessionário fez logo o pelo sinal posto aos pés do vigário o padre disse:
_ acuse-se...
João lhe disse:
_ é necessário?
E continuou:
_Eu sou aquele menino da garapa e do coité.
O padre disse:
_ levante-se que já sei você que é.
João tirou a lagartixa, soltou junto do pé do vigário.
A lagartixa subiu por debaixo da batina entrou na pena da calça tornou-se feia a buzina, o padre meteu os pés arrebentou a cortina. Jogou a batina fora naquela grande fadiga, a lagartixa cascuda arranhando na barriga, João Grilo de lá gritava:
_ seu padre Deus lhe castiga.
O padre impaciente naquele turututu, saltava pra todo lado que parecia um timbu, terminou tirando as calças ficando o esqueleto nu.
João disse:
_ Padre é homem, pensei que fosse mulher, anda vestido de saia não casa por não ter fé, isso é que ser caviloso, cara de mata bebê.
O padre disse:
_ João Grilo vai-te daqui infeliz.
E Joâo Grilo bravo respondia:
_ é assim que ele me paga o benefício que eu fiz.
João Grilo foi embora, o padre ficou zangado e João disse:
_ Ora cêbo, eu não aliso croado, vou vingar-me de uma raiva que tive no mês passado.
********************************
Baseado da Literatura de Cordel:
As Proêzas de João Grilo
Autor: João Ferreira de Lima
_ Só tem garapa, falou João.
E o padre respondeu:
_ de que é?
_ do Engenho Catolé,
_ pois eu quero.
João levou numa coité.
O padre bebeu e disse que garapa boa e João Grilo disse:
_ quer mais?
E o padre perguntou:
_ e a patroa não briga com você?
_ tem uma canoa.
João trouxe outra coité naquele mesmo momento disse ao padre:
_ beba mais não precisa acanhamento na garapa tinha um rato que estava podre e fedorento.
O padre disse:
_ Tenha mais educação e porque não me disseste? Oh! Natureza de cão; e pegou a dita coité arrebentou-a no chão.
Falou João Grilo:
_ danou-se , misericórdia, São Bento com isto mamãe se dana, me pague mil e quinhentos, essa coité seu vigário é de mamãe mijar dentro.
O padre deu uma pôpa disse para o sacristão este menino é o diabo em figura de cristão, meteu o dedo na guela quase vomita o pulmão.
João Grilo ficou sorrindo pela cilada que fez dizendo:
_ eu vou confessar-me no dia 7 do mês foi esta a primeira vez.
João Grilo tinha costume pra toda parte que ia era alegre e satisfeito no convívio da alegria, João Grilo fazia graça que todo mundo sorria.
Num dia de sexta-feira as 5 horas da tarde João Grilo disse:
_ Hoje a noite eu assombro aquele padre se ele não me perdoa na igreja há novidade.
Pegou uma lagartixa, amarrou pelo gogó, botou-a numa caixinha, no bolso do paletó, foi confessar-se João Grilo com a paciência de Jó.
As 7 horas da noite foi ao confessionário fez logo o pelo sinal posto aos pés do vigário o padre disse:
_ acuse-se...
João lhe disse:
_ é necessário?
E continuou:
_Eu sou aquele menino da garapa e do coité.
O padre disse:
_ levante-se que já sei você que é.
João tirou a lagartixa, soltou junto do pé do vigário.
A lagartixa subiu por debaixo da batina entrou na pena da calça tornou-se feia a buzina, o padre meteu os pés arrebentou a cortina. Jogou a batina fora naquela grande fadiga, a lagartixa cascuda arranhando na barriga, João Grilo de lá gritava:
_ seu padre Deus lhe castiga.
O padre impaciente naquele turututu, saltava pra todo lado que parecia um timbu, terminou tirando as calças ficando o esqueleto nu.
João disse:
_ Padre é homem, pensei que fosse mulher, anda vestido de saia não casa por não ter fé, isso é que ser caviloso, cara de mata bebê.
O padre disse:
_ João Grilo vai-te daqui infeliz.
E Joâo Grilo bravo respondia:
_ é assim que ele me paga o benefício que eu fiz.
João Grilo foi embora, o padre ficou zangado e João disse:
_ Ora cêbo, eu não aliso croado, vou vingar-me de uma raiva que tive no mês passado.
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Baseado da Literatura de Cordel:
As Proêzas de João Grilo
Autor: João Ferreira de Lima
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