Técnicos da Ematerce nos municípios da região
começam hoje o trabalho de identificação das propriedades que foram
atacadas pela praga conhecida como "carvão do milho"´. Segundo o gerente
local da Ematerce de Canindé, Domingos Sávio, foram detectadas
infestações em 11 áreas de Itatira, uma em Madalena e outra em
Itapipoca
"O primeiro passo é identificar os agricultores, a área plantada e a origem do milho que cada produtor recebeu, para que depois se tome as medidas necessárias em relação ao bloqueio das regiões afetadas´´, disse ele.
A praga começou com o surgimento de pequenas manchas que lembram cinzas de carvão no milho. Depois, as galhas ficam com esporos negro-azulados, semelhantes a tumores e também com aparência de carvão. A orientação do secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, é identificar cada área contaminada, para adoção de medidas urgentes.
Uma das fazendas que receberá a visita da caravana denominada "SOS carvão do milho"´ é Saco dos Sales, do agricultor Pedro Sales. Ele confirma que, no início, surgem pequenas manchas na planta que lembram cinzas de carvão no milho. Depois as galhas ficam com esporos negro-azulados, como se fossem "tumores", também com aparência de carvão. "Comecei a perceber que a planta do milho estava com aspecto queimado e que a praga não afetava apenas a espiga, mas também outras partes do milho e causava a morte das plantas", confirmou ele, indicando os mesmos sinais da praga já vistos por outros produtores que tiveram as plantações atingidas na região.
Nas 11 localidades de Itatira, os agricultores relatam que, em alguns casos, as galhas do milho surgem com deformidades até do tamanho de uma bola de futebol. "Se não bastasse a seca, agora um problema dessa natureza. Precisamos encontrar uma saída para o problema", lamenta o secretário de Agricultura do município, Icassi Gonçalves.
O agrônomo Luiz Azevedo, depois de visitar as localidades e ouvir relatos dos agricultores, disse se tratar de um fungo resistente e que se propaga no ar. Conforme explica, os fungos produzem esporos, alguns bastantes persistentes no ambiente.
O mapeamento rural para saber a procedência das sementes e o trabalho de bloqueio ainda não tem data prevista para seu final, mas os técnicos garante que a operação será fortalecida com os apoio dos agentes rurais de cada região.
"Precisamos saber de onde vieram os grãos, quem já plantou, enfim, montar um quebra cabeça minucioso", disse ele. "Existe a possibilidade dos fungos permanecerem no ambiente, mesmo sem o milho estar plantando, porque essas são as características deles", enfatizou Cândido Martins, da Secretária de Desenvolvimento Agrário.
A presença generalizada nas plantações tem provocado uma corrida de agricultores por informações sobre a doença, junto à Secretaria Municipal de Agricultura e em emissoras de rádio locais. O prefeito da cidade, Antônio Almir, disse que já pediu ao governo do Estado um trabalho de análise em todo o município, como forma de coibir a propagação da praga.
Bloqueio
"Já pedimos à Secretaria de Desenvolvimento Agrário a presença permanente dos técnicos no município e, graças a Deus, já somos atendidos´´, disse ele. O secretário Nelson Martins garantiu que medidas estão sedo adotadas. "Logo que tomei conhecimento do caso, de imediato, autorizei a ida de dois agrônomos à região para começarmos a trabalhar meios de conter o avanço dessa praga", afirmou o secretário. Ele disse ainda que todas as medidas serão adotadas para o mais rápido bloqueio da praga. "Nós não queremos, de maneira alguma, que o homem do campo seja penalizado", concluiu ele.
ANTÔNIO CARLOS ALVESCOLABORADOR
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