quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CARNE DE CAVALO FAZ BEM À SAÚDE

 
O escândalo da fraude com carne de cavalos em lasanhas atingiu ao menos 13 países europeus nas últimas semanas. Outros seguem em fase de teste para tentar descobrir se foram atingidos. No Brasil, ainda não há indícios de que isso tenha acontecido, mas, há riscos em consumir a carne equina?

Segundo o professor Luiz Francisco Prata, médico veterinário e especialista em inspeção sanitária de carnes e pescados da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Jaboticabal, o único problema em relação a essa fraude é não se saber a procedência da carne. “Trata-se de uma fraude industrial, onde se tem a adição parcial de uma carne de menor valor agregado no produto mais nobre. É um engodo”, diz.

Apesar disso, ele explica que não há um impedimento do ponto de vista sanitário, desde que a carne seja adequadamente obtida, respeitando-se as regras de higiene e conservação do produto. “Controle, transporte adequado, inspeção, entre outros. Se não é de origem clandestina não traz malefício algum, pelo contrário, às vezes a carne de cavalo é até indicada para suprir algumas necessidades específicas”, aponta o especialista.

Benefícios 

Em geral, as carnes vermelhas são a principal fonte de ferro para o ser humano. “A equina tem maior teor de hemoglobina. Por isso, é indicada especialmente para atletas e em casos de anemia. Apesar de ser uma carne vermelha, é mais magra, com a gordura quase totalmente externa, pouca intermeada. Por isso, também é indicada para controle de peso”, explica Prata.

Não há problemas em consumir a carne de cavalo. “Desde que ela venha de pontos regulares, com rotulagem adequada, declarada e que o consumidor saiba o que está adquirindo”, reforça.

O especialista afirma também que o consumo no Brasil não acontece por questões culturais. Mas o país é um grande exportador de carne de cavalo. “Exportamos entre sete e oito mil toneladas de carne equina por ano”, explica. Atualmente, dois abatedouros legalizados funcionam no país, um no Rio Grande do Sul e o outro em Minas Gerais. Noventa e nove por cento do produzido aqui é destinado para exportação.

No bolso
Ainda segundo Prata, o grande problema com a fraude é que isso pode acabar refletindo no bolso do consumidor. “Não há no momento em nenhum país do mundo uma legislação que busque evitar fraudes como essa, porque não havia precedentes. Entretanto, a partir de agora, podem haver demanda para coibir esse tipo de pratica”, diz.

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