domingo, 17 de fevereiro de 2013
EFEITOS DA SECA CHEGAM AO LITORAL DO RN
Dois anos após as inundações que devastaram as plantações de jerimum do Vale do Punaú, distrito do município de Rio do Fogo, distante 70 quilômetros de Natal, desta vez é a falta de chuvas que reduz, mais que pela metade, a produção do fruto. Em 2011, o transbordamento do rio Punaú provocou a perda de 80% da safra, estimada em 4 mil toneladas. Este ano, a expectativa é que seja produzido, em 343 hectares plantados, algo em torno de 1/3 do montante colhido no ano passado, que foi de 4,2 mil toneladas.
"Se engana quem imagina que a seca só atinge o sertão do Rio Grande do Norte. A queda na produção de jerimum no Vale do Punaú foi causada pela seca, que prejudicou bastante nossa safra este ano", afirma o presidente da Associação dos Produtores de Jerimum do Vale do Punaú, João Batista Bandeira Gomes. Além da estiagem, pragas como a mosca-branca e o "purgão", dizimam ainda mais as plantações. "Tudo isto reflete na qualidade do produto. E baixa qualidade é baixo preço", relembra João Batista.
"O governo virou as costas para o produtor rural. Nós não temos nenhum tipo de apoio", afirma. João Batista relembra os problemas herdados da maior enchente do rio Punaú, ocorrida há dois anos, cujas ações para redução dos danos imediatos e prevenção, jamais saíram do papel. "Desde 2011, nada foi resolvido. Os secretários estaduais de Agricultura e Recursos Hídricos estiveram conosco, ouviram nossos pedidos e nada fizeram", lamenta.
Litoral Oriental tem pastos devastados e gado morto
A terra rachada, a vastidão dos pastos secos e o gado morto, sendo consumido pelo chão batido, não são mais cenas exclusivas do sertão potiguar. A seca atinge, de forma voraz, o litoral potiguar. Devastando pastos e matando rebanhos, a falta de chuvas deixa suas marcas nas propriedades rurais que um dia foram reconhecidas pela sua fertilidade e contribuíram para o apogeu econômico do plantio da cana-de-açúcar na região do Vale de Ceará-Mirim, distante 28 quilômetros de Natal.
Plantio da cana foi reduzido em quase 30%
Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira, os efeitos da seca no estado potiguar são muito mais profundos. "Além do gado morto, das culturas dizimadas no sertão, o plantio de cana reduziu 30% esse ano, todas as agriculturas não irrigadas sofreram sérias perdas e o semi-árido chegou a praticamente 100% de produção perdida", afirma.
Em contrapartida, ele assevera que o Governo do Estado vem sendo alertado desde o ano passado, com a cobrança de ações intensificadores. Ele lamenta, porém, que tais ações ocorrem de forma muito tímida e não acontecem na velocidade que as necessidades do homem do campo exigem. "É tudo de forma sonolenta, devagar", diz.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
Nossa opinião: sempre é assim! muita conversa e pouca ação, enquanto o produtor pena para salvar o que lhe resta.
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muito bom seu texto e você abordou um tema muito importante
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